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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Negociar o que, o fim?

Há algum tempo tenho visto, ouvido e apreciado coisas e cousas. Tudo me faz pensar, tudo me faz refletir.
Numa época não muito distante os discursos eram "estou disposta a tudo", "Pode fazer o que quiser comigo". Hoje leio "não pode isso", tenho restrições com aquilo" e "não permito aquilo outro nem que me mate".
Tudo bem, se conhecer, saber seus limites é bem vindo e esperado, mas... até que ponto estar fechado a ampliação para o abrir de limites pode/deve ser visto como algo bem vindo?

Para o que é o BDSM? Eu ainda não sei, mas no passado eu dizia que era para libertar, libertinar, soltar grilhões impostos, postos e muito bem enraizados pela sociedade comum. Diria que era para se perder e se achar, expandir limites, ir além de si mesmo. Sem medo alegaria que era para me explorar, explorar o labirinto de emoções do outro no próprio outro.

Hoje, fora de qualquer contexto fetichista, vejo submissas "se venderem" - e serem compradas! - como prostitutas. Sim, é comum, para não perder dinheiro, conversar com a Garota de Programa afim de negociar o maior número possível de práticas. É comum falar um pouco de tudo para não ocorrer desencontros.
Tenho visto esse mesmo approuch com submissas.
Tenho visto esse mesmo discurso de algumas submissas com Dominadores.

Não que uma submissa não tenha que externar até onde pretende ir, mas... que tal simplesmente ir? Que tal, na negociação, expor apenas a senha de segurança e entrar em um Programa de Adestramento onde tudo será apresentado com a finalidade de conhecimento e interação? Que tal se disponibilizar ao todo e o Dominador seguir em um crescendo sem tempo e sem culpa?

Para que a segurança da duração do relacionamento, se para durar o relacionamento precisa ser vivido? Ambos precisaram estar ali. Não importa o tempo.
A interação é fundamental, a descoberta é sempre linda e o se permitir é dado com a evolução das práticas.

Claro que se você se vê somente submissa e não masoquista não tem porque praticar jogos com dor, mas... e se você ainda não experimentou a dor sendo imprimida com outros ingredientes em que o sentir estará de outra forma?
EU entendo que todos buscam segurança, mas... e se essa segurança for, justamente, a trava que dificulta o crescer de ambos?

E não falo somente de dor, pois tem muitos outros jogos em que a maioria nunca experimentou e negativa por puro pré-conceito social, emocional, mental.

O recado dessa semana é curto, mas... antes de pensar em negociação, pense em ampliação. Pense que, em um país distante só lhe restará aprender a cultura com o seu bom e ruim, com os seus dois lados de uma mesma moeda.
Negativar sem realmente conhecer é se cercear, é impossibilitar o seu ir além consigo mesmo.

Tenho dito. Linda semana a todos.

5 comentários:

  1. para mim depende se é apenas uma sessao unica, ao estilo de one night stand e ai nao é uma relaçao e entao deve-se impor certos limites, ou sendo relaçao concordo que se deva ir, porque a partida ha confiança no Dono.

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  2. numa relação a entrega está acima de tudo, e deixar na mão do dono é se permitir.

    nila

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  3. quando se é propriedade de Alguém, não há o que se falar em limites.

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  4. Numa época não muito distante havia um ideal de entrega além dos discursos. Me recordo de quase uma inocência curiosa, onde havia a crença desprendida de manuais.... em direção à pura realização do outro em si...
    Saudades deste época... não muito distante!!!!

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  5. "Ir além consigo mesmo" é a chave que abre a porta do pays des marveilles, como a chave de Alice.
    Ao entrar, só seu soberano é capaz de apresentar o mapa dos caminhos e descaminhos.

    beijos
    ana.mmk

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Obrigado por comentar, andarilho!