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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Como assim?!

Rodando esse mundo podre, sem noção e sem o menor sentido deparo com um anúncio que me chama a atenção.


Referência: Coleira em mica ou em cerâmica
Para aquecimento de bicos de injetoras, dutos e equipamentos modeladores
- Fabricada com chapa de Aço Inox 304
- Potência e voltagem definidas pelo cliente, ou através de cálculos específicos.
-Conforme necessidade.


O que eu queria entender é de onde esses caras tiram essas ideias loucas.
Oras, onde já se viu colocar uma coleira dessas em uma submissa?!
Submissa - sim, com S maiúsculo - merece algo melhor, algo mais a sua altura... Algo que realmente represente sua posição. Um diamante?

Parece piada, não?
Mas cada vez mais vejo, entendo e percebo que é fundamental repensar nossos sonhos, posturas e o quanto nos esforçamos para realizá-los.
Ser Dominador, ser submisso, ser BDSMista é algo que requer um constante policiamento, uma constante reflexão. E busco explicar:
Geralmente no dia-a-dia, vivemos uma condição e relação com as pessoas que nos cercam que nem sempre é concordante com o BDSM, muitas vezes submissos em cena são Dominadores por profissão.
E aí? O que fazer para não dar curto circuito e as posições, sutilmente, se confundirem?

A brincadeira da coleira e do diamante é uma pegadinha constante, vejo submissas criarem discursos, alimentarem argumentos, formarem opiniões que nem sempre concordaram, mas o tempo promove a alquimia da mudança e, cercadas de motivos legais (porém de uma vida comum) exigem, no meu entendimento, mais do que poderiam, deveriam, quereriam.
Se perdem.
E o mesmo se dá com Dominadores. Ao entrarem no meio a visão é ímpar, mas não demora muito e o encantamento da acolhida (natural) osa fazem tão par que chegam a agredir (verbalmente, claro) a outros Dominadores.

O nome disso é encantamento e perdição. Coisa do demo, irmãos!
Sim, é preciso um policiamento constante para que o submissa se molde submissa e o Dominador se molde Dominador, do contrário a vaca vai para o brejo, ambos perdem a mão, invertem papéis, valores e posturas. Submissa usa a liturgia para fazer o discurso que, em tese, seria do Dominador e este, por sua vez, fala grosso, assume postura de Rei, mas... torna-se - fácil - escravo dos desejos submissos.

Semana longa, texto curto. Não precisam me desculpar.

Linda semana!

Ps. O anúncio acima refere-se a anéis (coleiras) que visam abrandar o aquecimento em dutos industriais ou elétricos, não há correlação alguma com as coleiras usadas em BDSM e aqui foi utilizada como mera ilustração e gancho de texto.

2 comentários:

  1. Senhor,
    O BDSM traz inumeras contradições: é libertário porque enquadra, é transgressor e conservador. È até mesmo bom e ruim, afinal se baseia em sensações opostas tecnicamente que conseguimos reunir, dor e prazer.
    Há muitos comportamentos outsiders ou invertidos ou como quisermos chamar, mas tambem utilizamos a máxima: cada um vive seu BDSM, certo ou errado, bom ou ruim, em pe´ou de cabeça para baixo. Importa é viver e bem.

    Quanto aos moldes, bem, as vezes sobra massinha, outras falta, pedaços caem, é difícil se moldar...

    beijos respeitosos

    ana.mmk

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  2. Nobre Sr,
    Assim como ana.mmk até entendo BDSM como algo contraditório, por muitas vzs.
    No entanto, tbm me preocupo com as frustrações pessoais propriamente ditas, pois a zona de conforto que muitas pessoas se encontram é notória na maioria das relações, uma coisa meio assim, ahh estou com alguém de boa índole, uma pessoa legal, ela tem bom papo, então pq não “agradá-la” (tanto Dom (me) qto submissa (o)), caindo assim no esquecimento dos papeis, no esquecimento do papel que gostaria de vivenciar e praticar e apenas levando uma relação para “inglês e ver” e não pelo bel-prazer.

    A cada post me perco e me acho em suas palavras...*pisc

    bjkas ternas respeitosas e agradecidas
    {ternura}_WOLFMAN

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Obrigado por comentar, andarilho!