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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Dominação psicológica e o "ir além"

Sempre recebo as discussões que rodam no FetLife. Recebo, olho o título e quando interessa dou uma "zapiada" por cima. nâo por desdém, mas sim por não ter tempo mesmo e por nem semprer concordar com as visões apresentadas.
Esses dias recebi algo sobre dominação psicológica, mas não consegui tempo para dar uma olhada.

Mesmo sem ler, externo minha visão:
Penso que dominação psicológica é levar tanto a si quanto ao submisso além de si mesmo. Além das barreiras e travas comuns.

Ainda vejo a entrega (sempre muito bem preparada pelo Dominador e esperada pelo submisso) como algo que está à frente de ambos e precisa ser mais conquistada que solicitada.

Algo que acredito iniciar com o submisso ofertando, ao Dominador, o que não dá a qualquer um. No meio o submisso se permite experimentar (sempre buscando o prazer - esse é o grande barato) o novo e num estágio mais avançado (e obviamente já tendo traçado o perfil daquele a quem serve) o submisso em um momento espera o que vem e em outro oferta o que deseja que venha. Sim, submisso é parte operante no jogo e quando vejo um submisso somente esperar, o vejo como Senhor da situação, logo a participação, o palpite (na hora certa), a interação são mais que bem vindas, são fundamentais.

Vamos por parte?
O que seria "ofertar, ao Dominador, o que não dá a qualquer um"
Seria atingir um nível onde o Dominador recebe aquilo que somente ele pode receber. Darei alguns exemplos simples e peço que cada um vá além deles.
1. O submisso não "gosta" de dirigir à noite. Seja por inquietação, saúde ou outro ponto. Nada faz o submisso sair a noite guiando um carro.
Muitro bem, o Dominador (claro que gozando de todas as suas faculdades mentais e sabendo exatamente o que está fazendo e, ainda, cercado de segurança) pede que o submisso dirija a noite (sozinho ou não).
Nessa hora, mesmo não dirigindo a noite, o submisso dá o seu jeito e atende ao Dominador. Isso é dar ao Dominador o que não daria a qualquer um.

2. Por um trauma de infância, o submisso não come frutos do mar.
O Dominador faz todo um trabalho, meses discutindo, elaborando e preparando o submisso para aquele momento.
Chegada a hora... o submisso se vê diante de uma paella e ai? Ele se permite experimentar a paella até onde dá e evita devolvê-la ao prato.

Como escrevi, são exemplos simples, mas que - em simbolismo - vão além do jogo, além da cena e a atuação no psicológico do submisso é fundamental.
Não é chegar e mandar, é na maioria das vezes, indiretamente conduzir àquele momento, é levar a si mesmo e ao submisso a um simbolismo de superação que refletirá diretamente na relação de ambos.

Quem pensa que somente submisso precisa superar limites engana-se. Dominadores são pessoas que optaram por conduzir. Preparam-se para isso em seu dia a dia, estudam, focam, olham para aprender e ousam ir além, mas... são seres humanos. Salvo aqueles que habitam o menos de 1% da população que é 100% saudável, seguramente tem alguma trava, trauma ou reticência em relação a alguma assunto.
Se trabalhar, ir além, forçar mesmo é um dos canais para atingir a superação.
O submisso é parte importante quando nota que um Dominador não faz isso ou aquilo muito mais por trava que por jogo.
Aqui pode entrar o fato de não transar em cena, não permitir uma troca de afeto onde a relação supere o BDSM e atinja outros níveis mais sociais e comuns.
Diante dessas travas o submisso deixa de sê-lo para ser um servo à serviço do Rei e, quando couber, não haverá demérito em guiar o Dominador naquela senda.
Afinal não podemos esquecer que todo Rei é preparado por um servo. Tê-los como parceiros é uma forma de justiça, coerência e visão global.

É isso, gente. Sem revisar, sem reler, mas seguro que ia falar de uma coisa e falei de umas outras. *sorriso*
Melhor isso que nada, não?

Boa semana, boa quarta e fiquem bem.

7 comentários:

  1. eu aqui de novo, a leitora de toda quarta...ops hoje é quinta rsrsrs
    voltando ao assunto, de fato, todo Rei merece ser preparo por um servo de "sua escolha".
    Seja dominação ou submissão, eu penso que é uma conquista diária, sem o "ir além" acaba na mesmice no comodismo, nao me parece que é o os BDSMistas buscam.
    Como sempre, o Senhor coloca textos para mexer com nossos miolos.
    saudades dos nossos papos no msn

    saudações respeitosas

    [{mila}]MAGNO

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  2. Olá Sr!

    Adorei este texto. DP é umacoisa que aprecio muito, embora eu ache que são para poucos Doms. Precisa realmente gostar do tema e não ser aquele Dom que espera apenas que a sua submissa lhe acate as ordens.

    Quando iniciei no bdsm eu tinha um conceito, conceito este que permaneceu dentro de mim até hoje. Um bom Dom pra mim, o meu termômetro, é aquele Dom que tenha o dom de me levar a ser uma pessoa melhor, que saiba os meus pontos chave para que assim ele possa me empurrar não para o precipício, mas para que eu ultrapasse um limite que só ele sabe que eu posso sim ultrapassá-lo.

    E a minha participação neste jogo é essencial, ser pro ativo aqui também é válido pois sou eu quem vou dizer a ele ou melhor permitir que continue me conduzindo, pois o meu bom senso fará com que ora eu sente e espere, ou ora eu aja induzindo ele pra receber algo que eu espero.

    Muito bem observado este post, parabéns!

    Sds,

    Izabel

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  3. Salve [{mila}]MAGNO!

    Poucas são as práticas que fascinam tanto quanto a Dominação Psicológica.
    o grande senão é conseguir um par igual, afinal o que um entende por Ds pode não ser o mesmo que o outro.
    Aqueles que conseguem equilibrar essa louca balança felicito, pois é um presente dos céus.

    Abraços fraternais,

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  4. Salve Izabel!
    PA-MG?
    Sempre que falamos em Ds estaremos falando de algo tão vasto quanto o planeta.
    Cada um vê, interpreta, sente e espera de um jeito/modo.
    Só a conversa franca, direta, possibilita uma tentativa de encaixe.
    Ainda penso que a elasticidade na disponibilidade de cada um deve ser pequena, do contrário - e geralmente é isso que acontece - só um brinca, brinda e tem os prazeres dos prazeres.
    Ds é um luta diária em si mesmo para que tudo corra no tobogã da gangorra. *sorriso*
    Obrigado pela visita!

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  5. Car Sr GanoN!

    O que seria PA-MG?

    Obrigada.

    Izabel

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  6. Saudações Izabel!

    Achei que PA-MG fosse sigla de cartório, alguém conhecido.

    Abraços fraternais,

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  7. Szir GanoN

    Belo texto ! Fiquei pensando se para se ter qualquer jogo BDSM, não seria imprescindível a "disposição" psicológica ,sobretudo daquele que se submeterá. Talvez aí comece a famosa "dominação psicológica" seguida depois, de jogos psicológicos. E aí o universo é (quase) infinito.
    beijos
    ana.mmk

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Obrigado por comentar, andarilho!