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quinta-feira, 17 de março de 2011

Desejo e desejos

Um dos cara mais loucos que conheço veio me visitar hoje.
Senhores, Senhoras (e submissos) com vocês Dom Schopenhauer!
"O desejo realizado deixa de ser desejo"

Pronto, entrou em grande estilo!

A questão da semana é: Como equilibrar mandos, desmandos e realizações?
Dominadores mandam, submissos obedecem. E aí: Simples assim?
Não brocham ao ter um algo a seu completo dispor?
Calma D. Tereza Batista, sei que a realidade é outra... mas vamos fazer esse povo pensar um cadinho.

Mas por outro lado tem Dominadores que nem mandam.

Putz! 8 ou 80?!

E ainda tem a borda da moeda onde o submisso tem algumas demandas e entende que servir é pagar (antecipado) pela realização de seus desejos, afinal ele não entrou no jogo à passeio. Se quisesse ser doméstico, secretário ou auxiliar de serviços gerais arrumaria um emprego, pois!
Entendo que servir é dar muito mais do que recebe, mas... a esperança no receber é, no mínimo, ponto passivo (fechado mesmo!).

Então, como achar o equilíbrio entre servir, atender e ter?
Se atende à tudo, pode ficar monótono (não acredito nisso, mas é a realidade da maioria. Exponho), se vacila e deixa "cousas" pendentes é relapso, rebelde e a porta da rua será a serventia da casa.
Onde está o equilíbrio? O tal do meio termo?

Como manter a chama do jogo acessa e acessá-la sem o peso (no Dominador) de sentir-se trabalhando para submisso?
Como manter a chama do jogo acessa e acessá-la sem o peso (no submisso) de sentir-se sendo usado de forma indevida ou aquém de suas reais disponibilidades?

Conversa em versos, asseguro, nem sempre resolve.

E ai?
Até onde sei o mestre Schopenhauer foi um dos pensadores mais famosos por ganhar debates mesmo sem ter razão.
Quem tem razão?

Boa semana a todos!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Quarta-feira? Vamos escrever!

Hoje fiquei triste. Muito triste. Triste demais.
Uma amiga esta triste, sentida, comovida (leia-se: puta da vida).
Queria trocar, ajudar, conversar, mas quando ela me disse o motivo tive que calar-me.

Em suma:
O que é o BDSM para você?
Onde está o seu espaço e onde está o espaço do outro?
Seus desejos, onde estão?
Quanto está disposto a pagar para que eles se realizem? A alma?

Certo.
Eu penso que - e não cansarei de pensar assim - BDSM é feito de camadas e há de um  a tudo nessas camadas.
Por padrão, entendem, que é preciso separar a persona master das personas secundárias, ou seja, a mulher é uma e a submissa é outra.
Apesar de eu ser totalmente contra a essa postura pensadora, na teoria, a versão é interessante, mas na prática somos, todos, liquidificadores humanos.
A mãe vai sim para o trabalho e o divide com a secretária que produz. O chefe não vale nada, mas também é colocado nele a visão comparativa do marido, filho, amigo.
A secretária vai sim a escola do filho, vai ao curso de auto conhecimento da mulher e todas se fundem e confundem o cabeção.
Usei a mulher como exemplo, mas com o homem não é diferente e... talvez até mais.
O homem "perde um pouco do senso de espaço" quando trata a secretária feito filha ou mulher, trata a professora do filho como sua mais nova melhor amiga de infância e por ai vai.

Mas... onde está o espaço de cada um?
Se penso em vida comum, pode estar em qualquer lugar (que o outro permita que esteja).
Se penso em BDSM entenderei que está exatamente onde a pessoa quer estar, afinal assume-se a postura de Dominador para ser Senhor Feudal e de submissa para estar à serviço direto do Imperador de Si mesmo.
Do contrário para que serve o meio senão para atender a necessidades que fora dele tenho dificuldades de externar?

E o jogo?
Aí mora a derrocada de muitos impérios.
De longe o Dominador é lindo, poderoso e sem igual.
De longe Ele é o cara!
De meia pata de distancia Ele começa a perder a tal da maiúscula na tratativa.
De perto é um louco, mimado que não se entende.

De longe serví-lo é um sonho de consumo.
Começa-se a entrar e a meia pata Ele não é tão bom assim.
Depois de estar dentro, querem mudar tudo, não há eco e... ele é mimado, não se entende.

Por favor, não estou defendendo Dominador algum. O exemplo aplica-se a submissas também e igualmente não defendo ninguém. Apenas apresento visões. Veja quem quiser.

Mas...
Até que ponto é interessante adentrar um feudo como submissa e, uma vez dentro, querer ser tratada como mulher?
Até que ponto é interessante, para entrar, se apresentar como submissa separada (da mulher), mas uma vez dentro mostrar que a mulher é quem manda e... até o Dominador terá que obedecer?

Vejo submissas frustradas porque preparam verdadeiros banquetes para os Donos de si (e não "seus Donos", pois vejo posse aí) e qual mulherzinha fazem tudo sozinhas, não avisam, não coordenam e querem que o Dominador balance o rabo e faça festinha quando chegar.
Não fazem?! Filhos de uma mãe que os deixou na zona ao nascer!!!
E de pensar que, na época feudal nada era feito às surpresas. Tudo era perguntado, negociado, esquematizado.

Não sei. Mas entendo que, ao entrar para um feudo a condição máter é doar o controle àquele te que abastece.
Não sei, mas cada dia mais, vejo isso mais distante.

Quarta-feira, me desculpem, estou triste.

Abraços fraternais,