Sê bem-vindo andarilho!

Entre, sente-se e se permita iludir - a mente cansada - com meus conceitos chulos, minhas ideias tão minhas e um mundo de aglomerações.
Aqui apresento, expurgo e dou conceitos - nem sempre meus - que podem servir a qualquer um.
Leia, releia e tome muito cuidado: fora ser prolixo, sou o próprio sofismo em pessoa (use isso contra mim e assuma que me lê).
Aqui o luxo é o lixo com ego inflado.
Pense que há vinho e deguste, decupe, compartimente e minta para você mesmo.
Salut à boa perdição dos perdidos, os achados em si (bemol)!

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

BDSM - seus tipos, suas tribos

BDSM - seus tipos, suas tribos

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Saudações BDSM, triangulares e fraternais a todos!

Usei minha mania de nominar, classificar e catalogar para pesquisar os diversos grupos de BDSMistas. As vertentes foram várias.

De modo algum as exponho com o intuito de classificar sua importância ou relevância no meio. Os que me conhecem sabem que sou a pessoa que mais acolhe, respeita e aceita o prazer do outro (no outro).
O objetivo é - para alguns - apresentar, - para a maioria - compartilhar, trocar e estudar em nós o que é nosso(?).

[considere] Não falei de práticas, jogos, posturas e ritualística. Apenas disponibilizo nome e mínima apresentação com o intuito de gerir debate.

[considere2] Algumas explicações estão um tanto diretas e carentes de maior abordagem. Dois motivos nem sempre conjuntos. 1. As informações encontradas não ofereciam base para melhor apresentação, 2. Cada fonte pesquisada versava usando uma vertente diferente e, algumas vezes, confusa.

[considere3] A base de pesquisa foi nacional, mas a abrangência mundial. Alguns grupos não tem representantes no Brasil, assim todo a pesquisa foi feita com base nos locais com maior número de adeptos.

[considere4] Infelizmente não vi meios de colocar os adeptos por percentual. Dominadores migram conforme tomam conhecimento da prática e ou muda seu momento, submissas assumem uma ou mais tipos como base e muda de acordo com a apresentação do Dominador que ora está como seu parceiro.

[considere5] O catálogo e classificação foram feitos usando sempre grupos com mais de cinco pares concordantes e iguais.

[considere6] Os nomes foram dados por mim depois da concordância desse grupo.

[considere7] O artico fica em aberto e pode receber dados a qualquer momento.

Vamos ao interessante resultado?

01) BDSM Puro
Os praticantes são vistos como Sadomasoquistas - beiram o CID - e reconhecem nesse o melhor tipo de prática.

02) BDSM Sexual
Os vínculos, as bases e a maior parte da administração são feitas essencialmente com cunhos sexuais.

03) BDSM Feudal
Sistema no qual o Dominador é um Senhor Feudal que está acima de tudo e todos. Suas bases são políticas e as submissas vistas como escravas vendidas - ou achadas - em praça pública.
No feudal, quando a escrava não tem coleira é tomada e pronto. Os adeptos do meio dão cobertura “não a deixando” jogar com nenhum outro enquanto não assume, aceita e age como posse daquele que a tomou. Isso ocorre até que um outro Senhor feudal negocia sua compra e a leva consigo. Esse Senhor será, em sua maioria, alguém quisto pela submissa, pois ela tem a “liberdade” para fazer, de forma política e respeitosa, essa segunda negociação. O sistema é monitorado por Mentores (juízes e responsáveis direto pela administração das regras acordadas no meio) e isso facilita tudo, pois os Mentores são a última palavra para todos os adeptos.
Ainda há o sistema de tribuna e conselho onde as decisões são tomadas.

04) BDSM Goreano
Uma filosofia criada usando como base as histórias do escritor John Norman.

05) BDSM Baunilha
É BDSM, mas é baunilha. É baunilha, mas é BDSM.
Relacionamento comum e BDSM se fundem e confundem adeptos desconhecedores do tipo, mas para quem está dentro é muito simples: São namorados/maridos/amantes/namorido que buscam relacionamento comum mesclado ao relacionamento com bases BDSM.

06) BDSM Filosófico
Tudo acontece nos mesmos moldes da antiga filosofia grega onde há pesquisas, preparos e apresentações, onde discute-se as práticas e o meio, ambos ou somente um é pensador e troca com o outro suas ideias.
A liturgia é ponto fundamental nesse meio e o submisso tanto pode ser o pensador quanto o ouvinte ou ambos.
As práticas seguem uma sequencia lógica: Apresentação do Dominador, estudo do submisso, apresentação desses estudos ao Dominador, debate sobre o tema, estudos de caso e, quando convém, prática do que foi estudado.

07) BDSM Místico
Como o nome sugere, as práticas embargam mais que físico e mente, o misticismo se faz presente no cotidiano ou somente em jogos.
Geralmente as cenas são elaboradas com o intuito de gerar imersão em uma outra atmosfera. A música, os jogos, os mandos e treinamentos são feitos, administrados e gerenciados em sistema místico. Ambos mergulham e algumas vezes as vestes são concordantes.

08) BDSM Religioso
Usam as bases religiosas para moldar suas práticas. Alguns grupos interpretam a bíblia e faz uso dela em seus jogos.

09) BDSM místico-filosófico
Mescla das já citadas.

10) BDSM sem rótulos
Hoje é rotulado como "sem rótulos"

11) BDSM institucional
Quando o sistema se dá em uma instituição com Reformatório, Fazenda e similares

12) BDSM cadinho de tudo
O mais comum. Cada adepto pesquisa os tipos acima e levam para o seu cotidiano o que interessa. Como interessa.

13) BDSMtudojunto
O mais incomum, porém visto em casais com longa data de convívio e experimentação.


O de sempre: Não há regras definidas, meios obrigatórios ou ser ou estar em um desses tipos.

Abraços fraternais,
Szir GanoN

domingo, 27 de setembro de 2009

Pontos e contrapontos

Pontos e contrapontos

Quando penso em BDSM como filosofia sou levado a adotar alguns pontos importantes, para mim, diante de toda e qualquer relação.
Tanto Dominadores, quanto – e sobretudo – submissos podem refletir acerca desses pontos simples, mas que – ao cabo da reflexão – podem fazer toda a diferença e possibilitar uma relação concordante, madura e mais aceitável.

Sendo direto:


Questionar

Questione tudo o que você aprendeu intelectualmente de seus pais, amigos, professores, religiões, sociedade e etc. De outra forma como você vai saber se isso é verdade para você?


Experimente

Ler e entender são uma coisa, e você pode dizer; ah! Vou mudar!
Mudança ocorre na mente, requer esforço e não transforma nada.
Experimentar é totalmente diferente. Quando você passa pela experiência, isso fica incorporado em suas células, e assim a transformação pode ocorrer de forma mais precisa.
Você não será o mesmo.


Consciência

Não importa o que você faça, pense ou imagine! Mas saiba o que está acontecendo.
Tanto quanto possível, coloque sua consciência em nível de clareza para todos os seus atos.


Responsabilidade

Ter responsabilidade é um ato de coragem, e é uma maneira de você passar a olhar para si mesmo. “Comece de uma forma simples, por exemplo; quando você ficar com raiva de alguém, não diga: você me deixou com raiva, ao invés disso, “diga“ “eu senti raiva”, afinal quem é alguém para colocar algo em você que você não tenha?
A raiva está dentro de você. É sua.


Prazer Sexual

Você é o único responsável pelo seu prazer. Lembre-se, ninguém dá prazer a ninguém. Ou você tem o fogo ou não. O que os parceiros podem fazer é; um jogar lenha na fogueira do outro.


Controle

Esta é uma das maiores ilusões.
Você não tem o menor controle sobre como as coisas acontecerão. Mas você acredita que têm.
Cedê-lo a outro é mais complexo e entendo muito mais como parceria para um concessão temporário e “um seguir espontaneamente” que, de fato, dar controle.


Entrega

Entrega é a chave para criar sinergia entre às partes. Auxiliará em vários pontos, inclusive na união espiritual consigo mesmo e na auto-realização.
Talvez muita gente tenha medo da entrega por confundir "entrega" com "submissão", mas na verdade as duas são muito diferentes. Leia: Entrega é a chave... Dominação/submissão pode ser um caminho.


Confiança

Tenha confiança em suas habilidades. Saiba que você tem a habilidade de fazer transformações importantes em si próprio.


Perdão

Perdoe a si mesmo. Todos nós cometemos erros; isso quer dizer que você não precisa ficar brigando consigo mesmo por causa disso. Perdoar a si próprio é o primeiro passo para poder perdoar o outro.


Gratidão

Expresse sua gratidão. Expresse gratidão pela pessoa que você é. Agradeça por estar vivendo, e de ser capaz de fazer uma transformação em sua vida. Expresse gratidão por tudo. Se existe um segredo para a liberdade e felicidade, este segredo é a gratidão.
Que fique claro: expressar gratidão é externar verbalmente, com a boca, com os olhos, com a pele. Não falo de presentes físicos e materiais.


Aqui e Agora

O BDSM pode ser pautado na jornada e não somente no destino. Viva – e pratique – a um jogo de cada vez, absorva, entenda, visualize, estude.
Se tivermos em nossa mente um "objetivo final fixo" isso significa que não conseguimos focalizar nossa energia no que está acontecendo agora.
Não há problema em pensar ou fazer planos para o futuro, mas não em detrimento do aqui e agora.


Relaxe

Você precisa dar espaço a si próprio para ter um tempo só seu de vez em quando.


Permitir

BDSM é muito permissão. Ambos buscam a permissão para ser e estar ali, cultive a sua e credite no que há. Sonhar é importante, mas foque no que tem antes de refletir se pode – ou não – mudar.


Trocar

Crie um canal de constante troca com seu parceiro. Isso engrandecerá a relação e possibilitará a ambos uma imersão e satisfação sem igual.


Observar

Observe-se, observe o outro, o entorno e mundo. Uma todos os pontos e busque sua realização, seu felicidade.


Abraços fraternais,

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Tango na senzala

Tango na senzala

Até que ponto um Senhor feudal de plantel numeroso deve interferir no convívido e harmonia na senzala? Até que ponto tem que saber de tudo e de todos?
Algumas vezes, as crias se criam, procriam e fazem com que a harmonia se recrie...

Bom video!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

BDSM - Um quebra-cabeças

BDSM - um quebra-cabeças
que se monta conforme
desnuda-se a peça

Szir GanoN
23Set2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A imersão no jogo BDSM

A imersão no jogo BDSM

Tão importante quanto jogar é não somente conseguir imergir no jogo, mas igualmente saber o que se busca ao disponibilizar-se àquela prática.

O Dominador, através de seus métodos, convida o submisso a acreditar em seu mando e imergir em um jogo. Por outro lado, fica a cargo do submisso se permitir o mergulho naquele universo e ainda conseguir ir além do proposto.
Inicialmente, muito parecerá fora de propósito ou sentido, mas conforme ambos acreditam (e individualmente permitam-se), o jogo fica mais intenso e o mergulho mais pleno, mais profundo, dependendo da busca, mais realizador.
Mas o que se busca quando se convida uma mulher, um homem, a ser PonyGirl (Poney Girl para alguns), DogWoman ou Catplay?
Onde estaria o prazer nessas práticas? Existe a necessidade de prazer direto ou pode-se vivenciar apenas pela poesia do momento de estar com o outro ou, também, pela curtição de se permitir ir além?
Que tipo de vivência elas possibilitariam? Que tipo de curtição poderá ter?

Acredito que a busca é por experiências fora de seu próprio universo. Quando há a vivência como poney (e entendo que aqui cabe poney, pois falamos do animal e não do jogo), dog ou cat, todos os sentidos, percepções e atuações são temporariamente desfocados e reconfigurados para operarem de outra forma.

Muitos, em suas avaliações, consideram somente a possibilidade do cunho humilhante da prática, mas vejo que nem sempre o sentimento de humilhação se faz presente, sobretudo quando há o tal mergulho.
- Oras, se é para ser cão (e o submisso se vê, sente e se percebe cão), que humilhação há nisso?! Por outro lado, in tacitus, fica claro que em poucas horas ele voltará a ser homem-de-pé e, em momento algum, deixou de ser homem-pensante.
E é justo no quesito pensar que o mergulho se fará importante, pois ao vivenciar minutos como cão, ele precisa, para atender a contento, ser levado a pensar como cão.
O trabalho que o Dominador tem pode ser considerado absurdamente alto, pois se por um lado o submisso se auto reconfigurará para atender a vida de cão – por exemplo –, o Dominador deve estar preparado para atender a outras frentes como adestrador, cuidador, proprietário e até como um cão AlfaDominante (caso sexual).
Notem que o jogo não é de um, mas sim de ambos e ambos precisarão fazer todo um estudo “in loco” e “of case” para melhor imersão. Atentar a detalhes como postura, tempo de respostas e linguagem torna-se fundamental.
A postura tanto de cão quanto de adestrador/proprietário/Cão-AlfaDominante são totalmente diferentes das outras pessoas e animais. O estudo de todos esses movimentos será parte do jogo e os levará a observar pontos em si mesmos.
Não há um diálogo filosófico entre adestrador e animal, a linguagem é curta, direta e a entonação é tão importante quando o emprego das palavras.
Veja: - Cão, junto. - Senta. - Quieto! - Pega. - Fica! – Muito booom! Muuuittooo bom!
Mas ainda assim, quando ambos acreditam no que fazem, os resultados são prazerosos e de uma compensação sem igual. Por que? Porque houve uma proposta e o atendimento a ela é o resultado da permissão individual. É cada um fazendo o seu jogo no jogo do outro e permitindo que o outro faça seu próprio jogo inserido no seu.

Talvez alguns perguntem onde está o prazer de vivenciar períodos como animal, eu responderei solicitando a reflexão: onde está o prazer de andar de carro, de ir ao cinema, de fazer nada, de assistir a um filme, de transar dessa ou daquela maneira? Prazer nem sempre se explica, na maioria das vezes, sente-se, vivencia-se e pronto. Não vem em saquinho, mas é quase sempre instantâneo quando acreditamos que podemos dar vazão aos sentires que acompanham a prática.
Mas ainda assim existe prazer na realização do ato, o prazer de se ver capaz de vivenciar algo diferente em que seu corpo, seus atos e até seu modo de processar, são reconfigurados. Prazer pelo prazer, prazer no prazer de ter prazer. Só prazer ou também prazer.
Um ponto para argumentação e reflexão: Eu não viveria em um parque de diversões, eu não passaria mais que algumas horas sob o sol escaldante do nordeste, mas da mesma forma que muitos vivenciam essa realidade, outros a experimentam somente algumas vezes e alguns, somente se permitem uma única vez. É cada um, ainda que pelo ou no outro, com o seu um.

Uma sugestão é, antes de aplicar o jogo, solicitar – de preferência guiando e fazendo o mesmo – exercícios de observação dos atos dos animais em foco. Solicitar relatórios dessa observação, trocar comentários acerca do que é visto, buscar pontos, averiguar meios para entendimento e sensibilização.
Como se alimentam, quais rituais seguem, como deitam, a configuração de seus sentidos, como ele responde a estímulos e como ele é o que é.

Ainda lembro que uma boa imersão/vivência transpõe mundos e não somente atos, assim da mesma forma que o submisso simulará as atitudes do requisitado animal, conforme dito... cabe ao Dominador atender de forma igual, à altura e totalmente desarmado, afinal o jogo é de dois, não de só um com um.

Ao final é salutar lembrar o de sempre: Não há regras, não há manual e o que não pode faltar é você ter o mesmo empenho que espera do outro; além disso, credite fichas na cumplicidade, na troca e no acolher o movimento do outro.

No mais, bom jogo!

Szir GanoN
22set2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Jardins

Jardins

O que é a submissão
se não uma flor
que baila ao
sabor de
sol e
lua?

Szir GanoN

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Pat Robertson - Submission

Submission

Pat Robertson

Você se permite?

Você se permite?
Algumas vezes não nos damos conta do quão difícil é nos fazermos uma permissão.
As bases para a não permissão podem ser muitas: Pessoal, social, cultural, relacional, política e até por conta “do outro” que te acompanha, afinal o que “ele” pode pensar de você, não?

Permitir é acreditar que você pode ir além, é se creditar a possibilidade de ter ou fazer - com ou sem reflexão e preparo - aquilo que se apresenta a sua frente.

Num primeiro momento, nossa mente, em conjunto com o nosso senso magistraturado de julgar, nos bombardeia abordando um sem fim de pontos para justificar a não permissão, mas o que, na maioria dos casos, acontece é que você simplesmente não se permite e pronto. Até, em um dado instante, quer, mas não consegue ir além para se fazer aquela permissão. Ainda que por prêmio ou castigo, não se permite.

E mesmo o blog sendo voltado à assuntos mais filosoficamente BDSMistas, nem sempre a permissão é voltada à essa área. Quando se tem vontade de comer algo novo, devido a sua aparência, cheiro ou sabor inicial, nem sempre nos permitimos ir além. Sim, nos agarramos a pontos terciários para abortar o primário: a permissão ao prazer que o outro vende.
E mesmo “nosso guia” (aquele que faz a apresentação do que iremos saborear) dizendo que aquilo é lindo, é delicioso e sem igual, mas que tudo isso vem – algumas vezes – depois do final, não nos permitimos chegar lá (ao final). Largamos o processo no meio do caminho e... pronto. Travamos uma batalha interna afim de justificar o não acolhimento à permissão.

Mas por que nos privamos tanto? Por que não conseguimos nos dar o que acreditamos ter direito?
São várias as vertentes que poderiam nos ajudar nas respostas a essas questões. Desde pontos psicológicos, a pontos de formação intelectual, a outros de cunho pessoal. No meu entendimento, nós queremos - e até nos preparamos para ter -, mas... nem sempre o fazemos por nós e para nós. Muitas vezes o fazemos porque muitos fazem. É a tal da necessidade de ser acolhido e pagar o preço de fazer de tudo para ser, ao menos, nas aparências, igual. - Oras, se eles fazem, gostam e sempre repetem, por que eu não posso?
Essa é uma das alegações. Que finda e se resume na superioridade que nos entendemos e nos vemos.

Mas, que tal refletir e achar outros pontos para a não permissão?

Abraços fraternais,

Szir GanoN

domingo, 20 de setembro de 2009

O sentido do jogo

O sentido do jogo
Que sentimento há em um jogo quando esse jogo não é sentido?

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Nicolaas Pieneman


Nicolaas Pieneman - The Submission of Prince Dipo Negoro to General De Kock

Quem merece a côrte: A Mulher ou a submissa?

Quem merece a côrte: A Mulher ou a submissa?

Perde-se o Dom que corteja uma submissa e ignora a mulher que a embasa.

Sempre defendi o ponto que submissa é, antes e acima de tudo, mulher.
Pensar na submissa como mulher é o mínimo para aquele que deseja criar um feudo pleno. Por outro lado, pensar na mulher somente como submissa pode ser um erro que gerará, quando não desconforto, toda uma gama de desentendimentos que dificultará na harmonização dos bons serviços na senzala.

Embora mulher e submissa sejam (também) uma, nunca são só uma. Ambas têm universos paralelos e fundidos, mas a mulher tem o pátrio poder e a responsabilidade pelo todo. Foi criada assim, seguiu assim até estar aos pés daquele que credita seus préstimos e acolhe como Dono e Senhor de si.
É ela quem se encanta e abre as portas de sua senzala interna para que a submissa aflore e intente cumprir seu papel em desejo.

Alguns não se permitem essa visão e se perdem ao falar à submissa com a linguagem da mulher ou, ainda, falar à mulher com o dialeto criado para a submissa.
Particionar pode ser um meio interessante para as primeiras abordagens, mas logo será ineficaz se entendemos que é a mulher quem possibilita, aflora e coordena até mesmo o pensar da submissa, que dirá os atos.

Acredito ser um erro não ver a mulher e focar na submissa. É a mulher quem potencializa a imersão da submissa, é ela quem administra, mostra, aprisiona ou alforria a submissa.
O Dominador tem acesso à submissa quando passa pelo jardim de uma mulher. Nem sempre a sub fica no quarto dos fundos, mas seguramente não habitará a sala de estar quando um Dom chega sem ser convidado.

Atingir a mulher é o ponto! Ela traz todas que se queira, até as que ela mesma não sabe existir; já a submissa só traz a submissa e, ainda assim, como não é o todo, só às partes.
Sabemos que para uma Dominação eficaz, para um jogo pleno, para uma relação feudal consistente ter o todo é fundamental. Assim, querer cortejar a mulher pode ser o mais acertado, uma vez que a submissa só vem após seu mando e comando.

Assim, creio que ao falar à mulher submissa a linguagem deve ser a mesma usada a uma mulher comum. Mas, se a berlinda é da submissa, não há o que equivocar: use tom, postura, firmeza e atitude de Dominador.