Sê bem-vindo andarilho!

Entre, sente-se e se permita iludir - a mente cansada - com meus conceitos chulos, minhas ideias tão minhas e um mundo de aglomerações.
Aqui apresento, expurgo e dou conceitos - nem sempre meus - que podem servir a qualquer um.
Leia, releia e tome muito cuidado: fora ser prolixo, sou o próprio sofismo em pessoa (use isso contra mim e assuma que me lê).
Aqui o luxo é o lixo com ego inflado.
Pense que há vinho e deguste, decupe, compartimente e minta para você mesmo.
Salut à boa perdição dos perdidos, os achados em si (bemol)!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Luto - eu estou de luto!

Pior que perder alguém do meio é perder alguém que consideramos amigo, que vimos a luz brilhar vindo de dentro, que assumimos o amor que nutrimos por essa pessoa.
Pior que perder um amigo é perdê-lo para as estatísticas de violência que assolam o nosso país (e alguns muitos outros).

Puta que pariu, gente! A Annye era um doce de criatura. Uma mulher ímpar, uma figura sempre presente e disposta a tirar um sorriso do rosto de quem quer que seja.
Queria, mas não sou Deus para dizer se ela merecia ou não.
Em meu mundo mando eu e nele sou juiz, defesa e acusação. Annye era gente boníssima! Não merecia isso.

A garota vivia para correr atrás de seus sonhos, para cuidar do filho e da carreira.

No msn ela me chamava de forma séria até eu atender, mas eu nunca a atendia, então ela soltava algo que sabia me deixar puto da vida e lá ia o bobo aqui brigar com ela. Depois que eu soltava os bichos ela abria a camera rachando de rir. Na hora eu não falava nada, mas sempre dizia que a técnica era infalível, pois eu ria junto e esquecia a provocação.

Uma debatedora atenta, perspicaz e sempre disposta a defender suas ideias e ideais.
Eu adorava debater com ela. Quando eu não estava mais a fim deturpava uma fala dela, mudava o foco do assunto e caia matando sobre ela. Algumas vezes ela chorava de raiva e eu abria a camera rachando de rir. Qual uma criança inocente ela ria na mesma hora e passava por cima de tudo.

Aplicada e dedicada. Ministrei um curso profissionalizante para ela. Nunca faltou a uma aula, mesmo assumindo que se perdia fácil em SP, nunca atrasou uma aula e sempre chegou atenta, disposta e sorridente.
Seus dentes, iguais aos de uma criança, eram eficazes na hora de fzer sorrir.

Uma mulher e tanto. Dedicada, amiga, presente, comunicativa. Uma mulher ímpar.

E a submissa? Feliz daquele que assumiu essa mulher, pois dele foi o reino dos céus.
A Annye era do tipo que aprendia. Conseguia processar o movimento do outro e acolher dentro do seu estilo inconfundível e muito especial.

Amiga, eu sempre disse e repito: Morrer é fácil para quem vai, afinal não sabemos, de fato, o que tem do outro lado. Mas para quem fica é uma dor sem igual.
Sou um durão, um chato, um cara que leva muitas coisas à ferro e fogo, mas também sou poeta, andarilho, artista e posso mesclar tudo para dizer: Você fez a diferença, fará muita falta!
Que o diretor aí de cima saiba te aproveitar em muitas peças, você era boa no que fazia.

Amém!

*estou de luto*

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Liberdade sim, mas até que ponto?

Um piloto de Asa Delta precisa, antes de qualquer coisa, ter interesse em voar, o curso para a retirada de brevê é primordial, as aulas antes do voo solo são obrigatórias e ter o equipamento é si ne qua non. Seja alugado ou próprio, sem ele não há voo. Sério? Mentira. Para voar ele ainda precisará de vento, uma rampa (natural ou artificial) e mais um sem fim de itens que só os que são do meio dominam os termos. Eu não.

Ao estar pronto para voar, o piloto ainda é levado a seguir um sem fim de regras, procedimentos e visões para que sua segurança esteja acima de qualquer coisa.
Para ousar precisa de habilitação, para inovar, precisa de habilitação, de centro e disposição.

Tudo bem, de baixo olhamos aquela maravilha de voo e pensamos: Como é bom ser livre. Voar sem destino e poder fazer o que quiser.
Mas quando o piloto desce ele quase desenha uma pista aerea exata onde ele precisa se manter. Fala do rigoroso controle de altitude e da constante atenção a todos os itens de segurança que exige um voo, do mais simples ao mais ousado.
Achamos "a coisa" muito mais complexa do que parece e até desistimos daquela tentação de ser um As do Ar.
Numa última tentativa de acender o ímpulso que nos levaria a percorrer todo aquele árduo caminho, perguntamos ao piloto: - Se temos que fazer tudo isso para voar, se não posso voar do jeito que realmente quero e se não posso ir para onde quero, onde está o prazer de voar?
O piloto sorri e diz que o prazer está justamente em conseguir, mesmo com todos aqueles procedimentos buscar a sua liberdade.

Então, gente, BDSM é filosofia, cultura, arte e um sem fim de outras denominações.
BDSM é composto por camadas e, para que uma camada seja válida basta que o parceiro assim aceite. Se a pratica é self aí mesmo que nem parceiro precisa. É você com você mesmo. E ponto!
Mas... e quando falamos em filosofia, em grupo?
Posso mesmo abrir mão do básico para fazer o que quero, do jeito que quero?

Vejo constantemente pessoas dizendo que BDSM é isso, que BDSM é aquilo, mas o que é BDSM? Mais importante: Como você vê o seu BDSM?
Porém, a exemplo do piloto de Asa Delta, para  o BDSM é preciso (senão desejável) um sem fim de "itens em base" para que o mundo flua e o ritmo seja prazente.
E aí: Você tem consciência desses itens? Você gera procedimentos para inviabilizar desencontros e perda de segurança em cena?

Quem é você: Piloto, Asa Delta ou rampa?

Linda semana que hoje, quarta-feira (sim, só escrevo e posto às quartas, ainda), é véspera de feriado e eu preciso cuidar da vida. Suzy (moto) e SonYa (máquina fotográfica) me rogam a atenção.