Sê bem-vindo andarilho!

Entre, sente-se e se permita iludir - a mente cansada - com meus conceitos chulos, minhas ideias tão minhas e um mundo de aglomerações.
Aqui apresento, expurgo e dou conceitos - nem sempre meus - que podem servir a qualquer um.
Leia, releia e tome muito cuidado: fora ser prolixo, sou o próprio sofismo em pessoa (use isso contra mim e assuma que me lê).
Aqui o luxo é o lixo com ego inflado.
Pense que há vinho e deguste, decupe, compartimente e minta para você mesmo.
Salut à boa perdição dos perdidos, os achados em si (bemol)!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Masoquista Sexual - Onde está o ponto?

Masoquista sexual - Onde está o ponto?
Penso que há um equivoco na visão que o mundo tem do masoquista sexual.
Definitivamente ele - o masoquista - não tem que suportar absolutamente nada, pelo contrário! No meu entendimento, ser masoquista sexual é saber que a dor existe, que existe a possibilidade de vinculá-la ao prazer e saber-se livre para fazê-lo.
Ser masoquista sexual (só para lembrar: no meu entendimento) não é suportar, é buscar o suporte em si e no prazer do outro para ampliar sua fonte de calor diante do frio da dor.
Ser masoquista sexual é ser você mesmo diante do outro e assumir que a dor agrada tanto quanto os jogos que a empregam e impregnam o seu ser.

Vai tempo que tenho quisto divagar sobre, na minha cabecinha de jerico, a errônea visão que muitos tem acerca do termo "masoquismo sexual".
Alguns são super hard e se dizem somente submissos, outros nem sabem para que lado fica o seu prazer na dor e se assumem masoquistas sexuais.
Vejo Dominadores intimidarem-se diante da escusa de alguns submissos acerca de jogos com dor sexual e vejo esses mesmos Dominadores perderem a dignificante oportunidade de ir além de si mesmo.
Por que? Porque não investigam, não experimentam, não arriscam!
- Oras, GanoN, o que é combinado não é caro, pô!
Concordo, como igualmente concordo que a maioria fala em marcas e não em dores *sorriso*.
Concordo que basta não fechar o ponto para ter a oportunidade de ir além dele.




Por que não experimentar?
Muitas vezes a dor seca é fulminante, mas e a dor sexual? Pode ser instigante.
É uma questão de experimento, clima, imersão, troca e... guia!
Antes de fechar um acordo, deixe margens para novas experiências, novos experimentos contigo (vai que o parceiro é rodado e diga que já viveu um mundo de coisas?), novas expectativas.

Seco e direto, assim:
É isso, semana que vem venho mais. Sempre às quartas. Sempre que quarta for um bom dia para escrever. *sorriso*

quarta-feira, 17 de março de 2010

O BDSM e suas infinitas camadas

O BDSM e suas infinitas camadas

Não importa o meio de comunicação. O que mais ouço é: Procuro um Dominador sério, comprometido e verdadeiro Dominador.
Sempre que leio linhas assim, confesso, arregalo os olhos, afinal o que é ser sério, comprometido e verdadeiro?
Se consigo a resposta ainda sobram/surgem questões mais complexas:
Quem julga?
O veredito (ou ainda seria veredicto?) desse juiz é válido para todos?
Mas quem viverá a relação? O "julgo comum" é válido para si?

Cruzo com pessoas interessantíssimas do ponto de vista intelectual (e até sexual, por que não dizer?), mas preciso revelar que a grande maioria não me faz "toin-toin". Sinto.
Não me comovem e um dos fatos é recusarem-se a ver, sentir e se permitir entender que o BDSM é composto por camadas e que a validação dessas camadas se dá ao termos um par igual que aceite o jogo daquela com o qual... irá jogar.
Oras, abro mão da tradicional sociedade comum, venho para o BDSM porque ele me dá maior liberdade de expressão e atuação e aqui encontro regras mais rígidas que a sociedade que neguei?!? Que isso minha gente?!

Não condeno o fato de cada um acreditar no mesmo que um coletivo atuante acredita, o que elaboro aqui é: Até que ponto, por termos definido o que buscamos, devemos cercear a busca do outro invalidando suas crenças e expectativas?

- Ah, mas Dominador fulano é um galinha!
- Submissa Ciclana adora uma dança de coleiras.
- Mistress Paraíso (e outros metros) ama cobrar por sessões.
- Mestre Abelardo, é um tolo que se mantém escondido atrás da sub.
- Sinceramente? O submisso Oscar de LaRosca é viadíssimo! E MasterComtrê sai com ele.

Putz e daí?
- Ah, mas é só um comentário, não estou condenando.
Sei...

Penso que se há alguém que faça par, não há demérito. Pode não servir para você, mas se serve para o outro, por que não?
Então por que você não gosta de casas noturnas, o mundo deve acabar com elas ou... taxá-las de "Não verdadeiras Comércio" ou... "Estabelecimento não sério" ou... "Empresa não comprometida"?

Misturei dois assuntos, eu sei. Relaxa e goza, que uma política já nos ensinou isso. Ou será que, por conta dessa frase, ela não é uma verdadeira política? Será que, depois desse comentário, ela deixou de ser uma politica comprometida?

Não vejo como menos sério aquele que assume o que deseja, por outro lado vejo muitos adeptos sonhando com um parceiro(a) redondo e, depois de muito busca, tentar - a todo custo - colocar um quadrado naquele lugar reservado ao redendo. Não se dão nem ao trabalho de desconstruir ideias tidas como antigas e reconstruir novos conceitos.
Nada cai do céu de graça. Até a chuva passa por um processo para descer. A descida é o resultado final desse movimento e o inicial para um novo ciclo. Pense nisso.

Ainda lembro, denoto e exponho que seriedade, quando o assunto é relação intelecto-sexual, torna-se algo subjetivo. Diante das inúmeras possibilidades de jogos psicológicos o sério, o verdadeiro e comprometido pode ser um sem fim de itens em uma prateleira de supermecado.

É isso, volto semana que vem. Sempre às quartas. Sempre que quarta for um bom dia para escrever. *sorriso*