Sempre recebo as discussões que rodam no FetLife. Recebo, olho o título e quando interessa dou uma "zapiada" por cima. nâo por desdém, mas sim por não ter tempo mesmo e por nem semprer concordar com as visões apresentadas.
Esses dias recebi algo sobre dominação psicológica, mas não consegui tempo para dar uma olhada.
Mesmo sem ler, externo minha visão:
Penso que dominação psicológica é levar tanto a si quanto ao submisso além de si mesmo. Além das barreiras e travas comuns.
Ainda vejo a entrega (sempre muito bem preparada pelo Dominador e esperada pelo submisso) como algo que está à frente de ambos e precisa ser mais conquistada que solicitada.
Algo que acredito iniciar com o submisso ofertando, ao Dominador, o que não dá a qualquer um. No meio o submisso se permite experimentar (sempre buscando o prazer - esse é o grande barato) o novo e num estágio mais avançado (e obviamente já tendo traçado o perfil daquele a quem serve) o submisso em um momento espera o que vem e em outro oferta o que deseja que venha. Sim, submisso é parte operante no jogo e quando vejo um submisso somente esperar, o vejo como Senhor da situação, logo a participação, o palpite (na hora certa), a interação são mais que bem vindas, são fundamentais.
Vamos por parte?
O que seria "ofertar, ao Dominador, o que não dá a qualquer um"
Seria atingir um nível onde o Dominador recebe aquilo que somente ele pode receber. Darei alguns exemplos simples e peço que cada um vá além deles.
1. O submisso não "gosta" de dirigir à noite. Seja por inquietação, saúde ou outro ponto. Nada faz o submisso sair a noite guiando um carro.
Muitro bem, o Dominador (claro que gozando de todas as suas faculdades mentais e sabendo exatamente o que está fazendo e, ainda, cercado de segurança) pede que o submisso dirija a noite (sozinho ou não).
Nessa hora, mesmo não dirigindo a noite, o submisso dá o seu jeito e atende ao Dominador. Isso é dar ao Dominador o que não daria a qualquer um.
2. Por um trauma de infância, o submisso não come frutos do mar.
O Dominador faz todo um trabalho, meses discutindo, elaborando e preparando o submisso para aquele momento.
Chegada a hora... o submisso se vê diante de uma paella e ai? Ele se permite experimentar a paella até onde dá e evita devolvê-la ao prato.
Como escrevi, são exemplos simples, mas que - em simbolismo - vão além do jogo, além da cena e a atuação no psicológico do submisso é fundamental.
Não é chegar e mandar, é na maioria das vezes, indiretamente conduzir àquele momento, é levar a si mesmo e ao submisso a um simbolismo de superação que refletirá diretamente na relação de ambos.
Quem pensa que somente submisso precisa superar limites engana-se. Dominadores são pessoas que optaram por conduzir. Preparam-se para isso em seu dia a dia, estudam, focam, olham para aprender e ousam ir além, mas... são seres humanos. Salvo aqueles que habitam o menos de 1% da população que é 100% saudável, seguramente tem alguma trava, trauma ou reticência em relação a alguma assunto.
Se trabalhar, ir além, forçar mesmo é um dos canais para atingir a superação.
O submisso é parte importante quando nota que um Dominador não faz isso ou aquilo muito mais por trava que por jogo.
Aqui pode entrar o fato de não transar em cena, não permitir uma troca de afeto onde a relação supere o BDSM e atinja outros níveis mais sociais e comuns.
Diante dessas travas o submisso deixa de sê-lo para ser um servo à serviço do Rei e, quando couber, não haverá demérito em guiar o Dominador naquela senda.
Afinal não podemos esquecer que todo Rei é preparado por um servo. Tê-los como parceiros é uma forma de justiça, coerência e visão global.
É isso, gente. Sem revisar, sem reler, mas seguro que ia falar de uma coisa e falei de umas outras. *sorriso*
Melhor isso que nada, não?
Boa semana, boa quarta e fiquem bem.
Sê bem-vindo andarilho!
Entre, sente-se e se permita iludir - a mente cansada - com meus conceitos chulos, minhas ideias tão minhas e um mundo de aglomerações.
Aqui apresento, expurgo e dou conceitos - nem sempre meus - que podem servir a qualquer um.
Leia, releia e tome muito cuidado: fora ser prolixo, sou o próprio sofismo em pessoa (use isso contra mim e assuma que me lê).
Aqui o luxo é o lixo com ego inflado.
Pense que há vinho e deguste, decupe, compartimente e minta para você mesmo.
Salut à boa perdição dos perdidos, os achados em si (bemol)!
Aqui apresento, expurgo e dou conceitos - nem sempre meus - que podem servir a qualquer um.
Leia, releia e tome muito cuidado: fora ser prolixo, sou o próprio sofismo em pessoa (use isso contra mim e assuma que me lê).
Aqui o luxo é o lixo com ego inflado.
Pense que há vinho e deguste, decupe, compartimente e minta para você mesmo.
Salut à boa perdição dos perdidos, os achados em si (bemol)!
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
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7 comentários:
eu aqui de novo, a leitora de toda quarta...ops hoje é quinta rsrsrs
voltando ao assunto, de fato, todo Rei merece ser preparo por um servo de "sua escolha".
Seja dominação ou submissão, eu penso que é uma conquista diária, sem o "ir além" acaba na mesmice no comodismo, nao me parece que é o os BDSMistas buscam.
Como sempre, o Senhor coloca textos para mexer com nossos miolos.
saudades dos nossos papos no msn
saudações respeitosas
[{mila}]MAGNO
Olá Sr!
Adorei este texto. DP é umacoisa que aprecio muito, embora eu ache que são para poucos Doms. Precisa realmente gostar do tema e não ser aquele Dom que espera apenas que a sua submissa lhe acate as ordens.
Quando iniciei no bdsm eu tinha um conceito, conceito este que permaneceu dentro de mim até hoje. Um bom Dom pra mim, o meu termômetro, é aquele Dom que tenha o dom de me levar a ser uma pessoa melhor, que saiba os meus pontos chave para que assim ele possa me empurrar não para o precipício, mas para que eu ultrapasse um limite que só ele sabe que eu posso sim ultrapassá-lo.
E a minha participação neste jogo é essencial, ser pro ativo aqui também é válido pois sou eu quem vou dizer a ele ou melhor permitir que continue me conduzindo, pois o meu bom senso fará com que ora eu sente e espere, ou ora eu aja induzindo ele pra receber algo que eu espero.
Muito bem observado este post, parabéns!
Sds,
Izabel
Salve [{mila}]MAGNO!
Poucas são as práticas que fascinam tanto quanto a Dominação Psicológica.
o grande senão é conseguir um par igual, afinal o que um entende por Ds pode não ser o mesmo que o outro.
Aqueles que conseguem equilibrar essa louca balança felicito, pois é um presente dos céus.
Abraços fraternais,
Salve Izabel!
PA-MG?
Sempre que falamos em Ds estaremos falando de algo tão vasto quanto o planeta.
Cada um vê, interpreta, sente e espera de um jeito/modo.
Só a conversa franca, direta, possibilita uma tentativa de encaixe.
Ainda penso que a elasticidade na disponibilidade de cada um deve ser pequena, do contrário - e geralmente é isso que acontece - só um brinca, brinda e tem os prazeres dos prazeres.
Ds é um luta diária em si mesmo para que tudo corra no tobogã da gangorra. *sorriso*
Obrigado pela visita!
Car Sr GanoN!
O que seria PA-MG?
Obrigada.
Izabel
Saudações Izabel!
Achei que PA-MG fosse sigla de cartório, alguém conhecido.
Abraços fraternais,
Szir GanoN
Belo texto ! Fiquei pensando se para se ter qualquer jogo BDSM, não seria imprescindível a "disposição" psicológica ,sobretudo daquele que se submeterá. Talvez aí comece a famosa "dominação psicológica" seguida depois, de jogos psicológicos. E aí o universo é (quase) infinito.
beijos
ana.mmk
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