Sê bem-vindo andarilho!

Entre, sente-se e se permita iludir - a mente cansada - com meus conceitos chulos, minhas ideias tão minhas e um mundo de aglomerações.
Aqui apresento, expurgo e dou conceitos - nem sempre meus - que podem servir a qualquer um.
Leia, releia e tome muito cuidado: fora ser prolixo, sou o próprio sofismo em pessoa (use isso contra mim e assuma que me lê).
Aqui o luxo é o lixo com ego inflado.
Pense que há vinho e deguste, decupe, compartimente e minta para você mesmo.
Salut à boa perdição dos perdidos, os achados em si (bemol)!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Liberdade sim, mas até que ponto?

Um piloto de Asa Delta precisa, antes de qualquer coisa, ter interesse em voar, o curso para a retirada de brevê é primordial, as aulas antes do voo solo são obrigatórias e ter o equipamento é si ne qua non. Seja alugado ou próprio, sem ele não há voo. Sério? Mentira. Para voar ele ainda precisará de vento, uma rampa (natural ou artificial) e mais um sem fim de itens que só os que são do meio dominam os termos. Eu não.

Ao estar pronto para voar, o piloto ainda é levado a seguir um sem fim de regras, procedimentos e visões para que sua segurança esteja acima de qualquer coisa.
Para ousar precisa de habilitação, para inovar, precisa de habilitação, de centro e disposição.

Tudo bem, de baixo olhamos aquela maravilha de voo e pensamos: Como é bom ser livre. Voar sem destino e poder fazer o que quiser.
Mas quando o piloto desce ele quase desenha uma pista aerea exata onde ele precisa se manter. Fala do rigoroso controle de altitude e da constante atenção a todos os itens de segurança que exige um voo, do mais simples ao mais ousado.
Achamos "a coisa" muito mais complexa do que parece e até desistimos daquela tentação de ser um As do Ar.
Numa última tentativa de acender o ímpulso que nos levaria a percorrer todo aquele árduo caminho, perguntamos ao piloto: - Se temos que fazer tudo isso para voar, se não posso voar do jeito que realmente quero e se não posso ir para onde quero, onde está o prazer de voar?
O piloto sorri e diz que o prazer está justamente em conseguir, mesmo com todos aqueles procedimentos buscar a sua liberdade.

Então, gente, BDSM é filosofia, cultura, arte e um sem fim de outras denominações.
BDSM é composto por camadas e, para que uma camada seja válida basta que o parceiro assim aceite. Se a pratica é self aí mesmo que nem parceiro precisa. É você com você mesmo. E ponto!
Mas... e quando falamos em filosofia, em grupo?
Posso mesmo abrir mão do básico para fazer o que quero, do jeito que quero?

Vejo constantemente pessoas dizendo que BDSM é isso, que BDSM é aquilo, mas o que é BDSM? Mais importante: Como você vê o seu BDSM?
Porém, a exemplo do piloto de Asa Delta, para  o BDSM é preciso (senão desejável) um sem fim de "itens em base" para que o mundo flua e o ritmo seja prazente.
E aí: Você tem consciência desses itens? Você gera procedimentos para inviabilizar desencontros e perda de segurança em cena?

Quem é você: Piloto, Asa Delta ou rampa?

Linda semana que hoje, quarta-feira (sim, só escrevo e posto às quartas, ainda), é véspera de feriado e eu preciso cuidar da vida. Suzy (moto) e SonYa (máquina fotográfica) me rogam a atenção.

7 comentários:

Anônimo disse...

Toda liberdade precisa, ser, de fato controlada, seja ela emq ue aspecto for.

E se for dentro do BDSM, mais ainda, mesmo que seja uma prática self...

É tão bom ser livre para poder escolher de forma adequada!

saudações

luba disse...

Bela comparação!!!

Voemos!!



P.S:. Moto é bom nãoo! Morro de medo. Boas fotos!

=*

Unknown disse...

Saudações a todos!

Agradeço os comentários sempre convidativos a reflexão.
Peço desculpas por sempre desejar, mas nem sempre ter o tempo necessário para fazê-lo.
Por mim, responderia a cada postagem, a cada comentário, mas a vida nem sempre é como desejamos e sim como a fazemos.
Enfim, sem lamentações, não? *sorriso*

Sobre a tal da liberdade: Penso que o mais complexo (e entendo por complexo aquilo que gera mais perguntas que respostas)nem é ter a liberdade, é definir o que é estar livre, o que é liberdade de fato.

Abraços fraternais,

Al-Qahira disse...

Liberdade...

E isso existe?



"Liberté, Liberté chérie,
Combats avec tes défenseurs!

...

Que tes ennemis expirants
Voient ton triomphe et notre gloire!"


P.S. Belo blog, muito bons textos!
Criados a cinzel... Talento.

Unknown disse...

Szir GanoN,

Sem querer ser repetitiva, mas é inevitável dizer que é um primoroso texto de reflexões ímpares.

Entendo, Senhor, que a filosfia-arte-desejo BDSM abriga contradições, como a liberdade que permite escravizar(-se).

Beijos
ana.mmk

Lu. disse...

Vovó já dizia....
Quem quer liberdade precisa primeiro se formar em responsabilidade... E qto mais liberdade, óbvio mais responsabilidade...

Lu.

"Meus sinceros sentimentos Sr, pela perda que vcs tiveram, não sou do meio mas em diversos blogs que sigo vi o quão triste vcs ficaram com a perda de Annye, ouso dizer que Só sente a perca aquele que realmente descobriu o amor de amizades tão sinceras como a de vcs."

Unknown disse...

Saudações a todos!

Salve Lu!

Obrigado pelo comentário.
Realmente a Annye era queridissima. Tinha um canal comigo que poucos (até fora do BDSM) tem.
Era uma amizade realmente verdadeira. O rio correu fácil diante do comunicado, mas é entender que a vida é vida e isso também é viver.

Obrigado!