Sê bem-vindo andarilho!

Entre, sente-se e se permita iludir - a mente cansada - com meus conceitos chulos, minhas ideias tão minhas e um mundo de aglomerações.
Aqui apresento, expurgo e dou conceitos - nem sempre meus - que podem servir a qualquer um.
Leia, releia e tome muito cuidado: fora ser prolixo, sou o próprio sofismo em pessoa (use isso contra mim e assuma que me lê).
Aqui o luxo é o lixo com ego inflado.
Pense que há vinho e deguste, decupe, compartimente e minta para você mesmo.
Salut à boa perdição dos perdidos, os achados em si (bemol)!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Submissa vs Empregada

Submissa vs Empregada

Saudações BDSM, triangulares e fraternais a todos!

Minha submissa pediu dispensa (senzala livre, disponível e à disposição - candidatas, favor, enviar mail com pretensões, disponibilidades e crenças para meu e-mail), dois meses depois a empregada pede as contas (infelizmente ainda não me refiz do baque. Portanto, a vaga não está livre, por favor, estou fragilizado, não insistam).

É, senhores, parei para refletir.
Ambas faziam tudo. A empregada de segunda à sexta (full-time), a submissa no final de semana (part-time).
A empregada era experiente, tinha respeito e competência.
A submissa era experiente, tinha amor e servidão.

Ia viajar (figurado) por todas as partes, mas são 1:50 da manhã e viajo (literal) daqui a pouco.

Encurto:
Submissa e empregada oferecem similaridades.
Quem já teve uma empregrada que cuidasse de fato, que trocasse de fato, sabe do que falo. Aqueles que só tiveram ou submissa ou emprega, como alguém disponível para fazer os serviços – e fazer “os serviços” –, dificilmente entenderá a poesia do que falo, mas...

Quem atende melhor mesmo?

Desculpe, mas é que a minha empregada era realmente minha. Nunca tivemos nada sexual. Não nos moldes que a tola, e fixada na carne, mente humana consiga vislumbrar.
Sempre nos respeitamos, mas a guria era da "pá virada". Arrumava malas, dava conta da casa, do escritório, dotudojuntoaquieagorasemdemora e ainda cuidava mesmo de mim.
Era uma pérola!
A sub era gente boníssima, mas tinha senha de segurança. Eu, qual escravo-dono-de-cachorro, tinha que leva-la para passear, exigia um BDSM que era muito mais dela que meu, me ligava fora de hora, mas como era minha submissa – e eu era o “seu Dono” – eu tinha que atender. Se fosse surto, eu tinha que acolher, afinal eu era um Dominador SSC (Sua Sombra Caríssima, mas se preferirem: São, Seguro e Consensual) e acolher as mazelas da submissa estava “no contrato”, sem contar que, algumas vezes tinha que sair mais cedo porque ela estava no cio e queria 50 chicotadas. Eu era um doce!
A empregada quase não me ligava. Mesmo ela morando comigo, nos comunicávamos muito mais por bilhetes que qualquer outro meio. Quando me ligava, apresentava problema e solução no mesmo ciclo de pulsos.
Emprestei meu cartão de crédito para a submissa. Alguns imprevistos aconteceram e já no primeiro mês a fatura estourou. Tive que aumentar o limite. No segundo, ela estourou o limite: Comprou um presente para mim (que custava 1/5 da fatura do cartão).
Como viajo muito, resolvi dar um cartão de crédito para a empregada. Assim facilitaria em caso de emergências e para as compras do mês.
Sempre recebi uma fatura impecavelmente controlada, quando – uma vez ou outra – havia excessos, vinha um bilhete junto com a fatura: Por favor, desconte item X do meu salário. No final do mês, salário inteiro e ela ainda certificava se não houvera engano.
Me desculpem, a submissa era realmente muito boa. Gostava muito de cinema, teatro, badalações. Vivia falando de mim para suas amigas e vez e outra eu tinha que figurar de chaveirinho, cumprimentando Deus e o mundo.
A empregada, quando muito, me pedia para hospedar, em seu minúsculo cubículo uma ou outra parente (nunca colocou homem dentro da minha casa). Ainda assim, a visitante auxiliava visivelmente nas tarefas da casa.
Mas, gente, era a submissa quem dormia comigo.
Por falar em dormir... Uma vez tive um treco. Chamei a submissa e ela não acordou.
Apertei o interfone e a empregada veio como um raio, a submissa acordou com ela me desengasgando e ainda brigou comigo dizendo que a dopei para trepar com a empregada ao seu lado.
Não, ainda não foi nesse dia que pediu dispensa, mas deu uma baita confusão. A minha sorte foi que a empregada “não comprou” 1/10 do que a submissa disse a ela. Outrossim, a submissa queria que eu despedisse a empregada. Como esta não disse nada, a submissa interpretou como uma ameaça velada.

***

Sim, sim, sim, toda relação tem seu ônus, mas a empregada eu somente pagava uma vez por mês... E a empregada, embora nunca calada, nunca aceitando o que não lhe conviesse e sempre que percebia que eu estava equivocado lutava para me apresentar seu ponto de vista, engolia sapos, lagartos e só pediu as contas porque a mãe estava doente.

A submissa, pelo que entendi, estava cansada, disse que a dispensa era solicitada porque eu nunca olhava para ela, que o jogo já não era mais o mesmo, que eu descobria coisas na internet e queria testar nela. Por outro lado... minha empregada quase virou química quando eu cismei que fazer produtos de limpeza em casa porque era mais barato *kkkk. Eu entendo.

Mas...

Não sei (e quero voltar a esse texto com mais calma para divagar), mas acho que preciso de uma nova empregada...

Abraços fraternais,

4 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o texto!
Muito bom ;)
Saudações sm.
Dark M.

Anônimo disse...

Sempre acreditei que a relação baseada na troca de favores por dinheiro fosse mais produtiva e segura. O dinheiro sempre produz o retorno esperado.

Samara disse...

Impagável o texto, Senhor.

Diversos "tabus" BDSM abordados com muito bom humor.

Faço votos que logo encontre quem O sirva a contento.

Anônimo disse...

Adoro vir aqui, nada como uma boa leitura...
Obrigada por compartilhar.

Saudações, querido amigo!
Luzes no seu caminho!

klara { K@ }