Sê bem-vindo andarilho!

Entre, sente-se e se permita iludir - a mente cansada - com meus conceitos chulos, minhas ideias tão minhas e um mundo de aglomerações.
Aqui apresento, expurgo e dou conceitos - nem sempre meus - que podem servir a qualquer um.
Leia, releia e tome muito cuidado: fora ser prolixo, sou o próprio sofismo em pessoa (use isso contra mim e assuma que me lê).
Aqui o luxo é o lixo com ego inflado.
Pense que há vinho e deguste, decupe, compartimente e minta para você mesmo.
Salut à boa perdição dos perdidos, os achados em si (bemol)!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O chicote é uma ponte que liga dois mundos.

O chicote é uma ponte que liga dois mundos.

Szir GanoN

Em uma olhadela breve o BDSM pode se mostrar um universo fascinante. E o é.
É mágico poder exercer seu poder de voto ao realizar fantasias tão complexas, tão íntimas que parecem um sonho.
Mais fascinante ainda é ter a oportunidade - muitos não tem, isso é um doloroso fato - de descobrir que nossos sonhos são somente a base de uma montanha que pode não ter fim.

Se por um lado o Dominador tem a demanda, desejo e/ou a necessidade de dominar e o submisso a demanda, desejo e/ou a necessidade de se submeter (ou subemeter-se, só quem vive vivência a diferença), no meio temos um universo de possibilidades que se apresentam conforme a carruagem do prazer, segue seu cortejo.

Para quem chega, para quem dá uma breve olhadela, é simples. Um manda, o outro obedece. *sorriso* Simples assim - e toda simplicidade é complexa ao ser e estar, sobretudo quando SoMos e eStaMos.
Por outro lado... Basta pesquisar um pouco mais para ver que não é bem assim, que mandar e obedecer são termos amplos e que saber vergar é a tônica do momento, a engrenagem que possibilita o envolvimento.

O Chicote, o Senhor Chicote, tem importante significado para os dois.
Ambos sabem que não é a dor que verga, pelo contrário. Se um gosta de bater e o outro de apanhar, o chicote é apenas uma ponte.
O que verga é o envolvimento, a postura, o comportamento, as possibilidades.

Uma vez ouvi, em cena:
Dom - Bato porque gosto.
sub - Apanho porque quero.
E aí?
E agora?
Ficou fácil ou difícil?
Quer mais?

Dom - Vadia de bosta! Submissa, masoquista de merda!
sub - sádico filho de uma puta. O Senhor deve ter sido abandonado na porta de um orfanato de freiras, e deve ter sido corno em todos os seus relacionamentos. Uma máquina de bater. Um ser sem sentimentos.
E aí?
E agora?
Ficou fácil ou difícil?
Quer mais?

Chega de dar mais. Infelizmente, para uns, faltou liturgia, para outros, ela está perfeita. Para mim cabe o relato do que vi e não o julgo.

Em verdade queria mesmo discutir, debater, falar alto, defender sofismas, ouvir verdades consistentes e julgar como eufemismo.

Mas vamos voltar que o mundo gira sem parar.

O BDSM burila a essência de seus envolvidos. Seja parafilia, patologia, prazer, opção de vida, libertinagem, filosofia, arte, os escambau! BDSM é essência!
Quando leio sobre primais, vejo o BDSM nu e cru. Ali, sem roupa.

O meio, apesar de muitas vezes ser apresentado como algoz, é de suma importância para todos. É no meio que temos nossos prazeres espelhados, assumidos, trocados, exercitados, possibilitados, enfim, apresentados em uma bela, grande e brilhante bandeja de prata. A mesma de um cobiçado aparelho de jantar.
Quem dá uma breve olhadela no meio logo percebe que aquele liquidificador de fetiches é o lugar certo para trocar.
Como em toda sociedade, o meio tem seus grupos, as elites, as favelas, os estranhos - ainda que no ninho -, os pensadores, os que só pensam, os que nem pensam, os que pensam que pensam e isso é que mais fascina no meio. A diversidade fluente em um mar de possibilidades.
O trocar falas auxilia no entendimento de nossos fetiches e somente o meio possibilita esse expiar, esse vivenciar sem culpa.
O meio é importante, necessário e bem vindo. As posturas... idem! Ao final, cada um é cada um. Basta olhar querendo ver e não temer o visto.


Afinal, basta uma breve olhadela para compreender que, de perto, ninguém é normal e poderemos ficar felizes ao perceber que... de longe também não. *sorriso*

Boa semana e que o chicote continue sendo uma bela e prazente ponte!

Um comentário:

ana.mmk disse...

Szir GanoN,

Bonita reflexão. Nos verga ao nos fazer pensar.
Eu me vergo,
tu me vergas,
ela se verga....
e por ai vai a conjugação do verbo que se faz BDSM.



mil beijos
saudações
ana.mmk